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"Fazemos força para jogar", avalia Celso Roth sobre momento do Inter

Time que marca forte, troca passes rápidos e verticais e conclui ao gol adversário. Celso Roth gosta do Bayern de 2013, aquele treinado por Jupp Heynckes campeão da tríplice coroa (Copa da Alemanha, Bundesliga, e Liga dos Campeões). Reconhece que o Barcelona tem talento e é um bom time, "mas como isso é uma opinião minha, não gosto de ver jogar".

Perto de completar dois meses em sua quarta passagem pelo Inter, finalmente terá uma semana de alívio em 2016, após vencer duas partidas seguidas. Secará o Cruzeiro neste sábado e o Figueirense no domingo para se manter fora da zona de rebaixamento. E sabe que será bem difícil ter qualquer sombra do futebol que tanto lhe agrada neste Inter. Seu time, segundo o próprio comandante, está "preso" e pressionado pelo mau desempenho no Brasileirão.

— Fazemos força para jogar.

Mesmo assim, o técnico parece mais aliviado. Tanto que recebeu a reportagem de Zero Hora e bateu papo por uma hora e dez minutos, no deck que abriga uma churrasqueira para momentos de lazer no CT Parque Gigante. Depois de falar sobre a situação do Inter, os motivos que o levaram a aceitar o convite de Fernando Carvalho para evitar o primeiro rebaixamento da história do clube, o treinador também tratou de outros temas. E não pulou nenhum assunto: do Mazembe e do Mundial de 2010, do Grêmio e da fama de salvador em Porto Alegre, de Guardiola e Mourinho, de Seleção, de Europa, de futuro, de vinho, de orquestra, de teatro.

E, claro, sobre a reta final de um trabalho de salvação do clube que lhe deu sua primeira oportunidade na Série A, há 19 anos, e que vive uma das piores situações de sua história.

Confira os principais trechos da entrevista:

Você está mais tranquilo após a vitória diante do Coritiba?

O tempo faz a gente perceber que o treinador tem influência, mas não é tudo no jogo de futebol. A gente tem uma avaliação profissional das coisas. É que nem se vocês (jornalistas) cobrirem a fome na Venezuela. Não poderão se envolver. O que acontece no jogo é mais ou menos isso. Ficamos alheio ao jogo. Se me perguntam se estou mais calmo, digo que estou como sempre estive. No pós-jogo, independentemente do resultado, é que a gente sente. Fisicamente, ficamos esgotados.

Conseguiu dormir?

Tem jogos que a gente não consegue dormir. Normalmente, depois do jogo, a gente não dorme bem. É aquele dorme e acorda. No dia seguinte, é que vai relaxar. No caso desta noite, eu dormi. Surpreendentemente. O profissional está ali, convivendo, mas tem que sair dali para retratar a realidade. Não posso ser mais ou menos envolvido com o jogo. Eu sou contratado para isso.

Você completa dois meses de Inter em alguns dias. Neste período, conseguiu conhecer o grupo e concluir que achou um time com essas duas vitórias?

Conhecer todo mundo é algo relativo, porque a gente não está toda hora com todo mundo. Tivemos a viagem para Belo Horizonte e Fortaleza, ficamos nove dias juntos, criamos intimidade, mas há casos de jogadores que não foram. Não tive a oportunidade de colocar todos os atletas em todas as situações que eu queria. Por isso, falo que precisamos entendê-los quando vencem, quando perdem. Aí entendemos melhor as reações. Não tivemos esse tempo. Há jogadores que ainda não me deram o retorno que eu gostaria, nem como eles gostariam de me dar. Tenho de fazer minhas escolhas tateando. O time não está definido, está se encaminhando. Na Copa do Brasil, por exemplo, tive a coragem de trocar oito, dei a oportunidade para vários que não estavam sendo utilizados. Filtrei e tirei um time. Esse time está aí, jogou duas vezes. Vamos ver se vai ter sequência.

Quanto a pressão atrapalha o teu trabalho especificamente?

Não diria que atrapalha, mas que preocupa. Por exemplo, o Atlético-MG era considerado um dos melhores grupos do Brasileirão. Teve cinco, seis rodadas na zona do rebaixamento, no início do campeonato, a bola queimando. Depois, baixou ingressos, lotou o Independência e saiu. O Inter foi o contrário. Começou bem e, depois, sentiu. Quando o campeonato começou a se ajustar, sentiu. Não teve resultado e trocou, trocou. Chegamos no momento em que não estávamos na zona do rebaixamento, mas estávamos em queda, sabíamos que iria acontecer, como está acontecendo. Mesmo que hoje não estejamos. No final de semana, de acordo com os resultados, voltaremos. Isso preocupa. Jogadores vão fazer compras, abastecer o carro e têm uma pressão natural. Por isso, no trabalho, prejudica, sim.

E o reflexo no campo?

A gente sente que o time não está solto, mesmo com essas duas vitórias. Faz força para jogar. E ficaremos assim até firmar o nosso passo. Não conseguimos nada ainda, só tivemos duas vitórias, que eram fundamentais.

Nos últimos jogos, o Inter começou acelerando, mas perdeu ritmo no segundo tempo. É tudo pela pressão do momento?

Temos uma estatística do esporte, do futebol. Independentemente do momento, o time que joga em casa pressiona mais. A estatística diz também que depois dos 30 minutos, o time da casa corre risco de levar gol. A coisa acaba se equilibrando. No segundo tempo, isso repete. Nós, neste momento, com a tensão, mais ainda. Se estamos fazendo força para jogar, certamente é mais difícil.

Contra o América-MG, foi a pior atuação no teu comando?

Sim, foi horrível. As duas: Vitória e América-MG. O que desencadeou o América? A expectativa do jogo contra o Vitória. Era um adversário direto, estávamos com esperança. O Vitória veio e nos ganhou na bola parada, deu um chute a gol, talvez. E desencadeou todo o processo de desconfiança.

Após aquela derrota para o América-MG houve um boato de troca de técnico, e os jogadores se reuniram para pedir sua permanência se fosse necessário. Chegou para você essa informação?

Não chegou. Trocar técnico é a falta de convicção. Eu não culpo os dirigentes, é difícil ser um. Mas umas coisas são básicas. Não podemos fugir das nossas raízes. Sabe quais são?

De futebol?

De futebol, de vida, do Rio Grande do Sul mesmo. Quais são as raízes?

Algo como força, entrega...?

Sim. É isso. O técnico precisa saber o norte do clube, como as coisas acontecem, e somar junto a isso a qualidade, padrão. Para um dirigente é muito difícil fazer isso. A tarefa só fica muito mais fácil quando consegue resultado. Aí é assim: resultado bom? Fica. Ruim? Sai. Te digo, nessa semana a qual te referiste, tivemos várias coisas: botamos um time praticamente reserva em Fortaleza, voltamos para Belo Horizonte e colocamos outro time. Os jogadores veem que estamos dando oportunidade e abraçam ideias.

Quando você aceitou voltar ao Inter, passou pela cabeça fazer nova história do clube e tentar apagar a eliminação para o Mazembe? Ser um "salvador" ajudaria?

Ninguém salva ninguém. A gente trabalha. Se Fernando (Carvalho) me chamou para vir para cá, é porque temos uma história junto. O Fernando chegou em 1996. Sabe quando eu cheguei?

1997?

1994. Sobre o Mundial, colorado que fala do Mazembe esquece a Libertadores. Fala-se do Mazembe, mas o Inter disputou o Mundial quantas vezes? Duas. O Mazembe, oito. E aí, é uma m... o Mazembe? M... é quem fala isso. Não tem como explicar o jogo do Mazembe. Vocês já reviram a partida? Viram quantas chances perdemos? Enfim, está na história. Eu vim para cá, desta vez, porque o Fernando acha que sou capaz de ajudar. Eu não vim para cá pensando que eu perdi para o Mazembe e preciso me recuperar. O resto é conversa de louco no corredor do hospício. Vim porque o Fernando me chamou, e porque tenho identificação com o clube.

Vê semelhança tática, de distribuição de jogadores, do time de agora com aquele de 2010?

Naquele momento, durante a Copa do Mundo, quando saí do Vasco e vim para cá, o Inter estava com o Jorge Fossati. Quando cheguei, priorizei a qualidade dos jogadores. Disse, na minha chegada, que tinha sido a primeira vez que tinha recebido um grupo de qualidade e que seríamos campeões. Em um primeiro momento, fiz um esquema no 4-2-3-1, que se usava muito na Espanha. Dentro das características que tinha, formei esse time. Mas em um primeiro momento, não deu resposta, não tínhamos profundidade. Até um amistoso que fizemos com o Peñarol. Tirei o Giuliano e coloquei o Taison. E o time se encontrou, fez partidas maravilhosas. O momento agora é diferente. Não vamos falar em qualidade, o momento é outro. Encontrei o time com dificuldades, desequilibrado, senão eu não estaria aqui. Mudança do comando técnico, do grupo de trabalho. E com meninos. Uma renovação ampla, grande. Isso provoca desequilíbrios.

Como lidar com os meninos?

Esses guris sairão lapidados como diamante desta situação. Se o trabalho tiver continuidade, esses meninos crescerão e farão um time que o torcedor cobra. Aquele momento era um, em 2010, com uma qualidade enorme. Esse é completamente diferente, em um momento de renovação e, pela situação do rebaixamento, está nos causando um amadurecimento precoce. Eles se tornarão jogadores com uma experiência fantástica. Qualidade eles têm. Trouxemos mais três: o Iago (lateral-esquerdo), o Diego (atacante) e o Charles (volante). Vão ficar conosco. Se serão utilizados ou não, só o momento vai dizer. Para o ano que vem, estarão melhor. E é assim que eu gosto de trabalhar. Depois, no final do ano, o Inter que trace o seu caminho.

Sei que gosta de teatro, ouve música erudita. Um mês antes de assumir, tentei te entrevistar, você estava cuidando de suas coisas, num campo, nem pegava o celular...

Tenho um lugar para cuidar das minhas coisas. Quando eu estou no meio do caminho, e dependendo de quem liga, digo ¿alô, alô, alô¿. E caiu! Boa essa, né (risos)? Eu vou ao teatro porque eu gosto. Não entendo de música clássica. O que eu gosto na orquestra é disciplina. Eu consigo identificar a hora que entra a percussão, o violino, o violoncelo, aquelas coisas todas. E gosto daquilo. Os caras fazem música, e música é matemática, com a pauta. É fantástico. Sento lá e fico viajando. É uma coisa minha.

O quanto o Inter te consome, permite fazer o que gosta?

Estou completamente fora de tudo. Minhas coisas todas ficaram em segundo plano. O Inter me consome 26 horas. Por exemplo, vim aqui dar entrevista para vocês, mas encaminhei todo o trabalho lá dentro. Fora a conversa com dirigentes, tenho que explicar tudo.

Assiste a futebol?

Antes, via todos. Agora que estou trabalhando, só o que interessa.

Quem gosta de ver jogar?

O meu time, porque eu quero que dê certo. Mas, no futebol brasileiro, não vou dizer porque são adversários.

E de fora?

Desde 2006, estou muito reticente com o futebol. Fui para a Europa, meu filho estava lá, fiquei para ver a Copa do Mundo. E digo: a retranca aumentou. Não mudou nada no futebol desde lá. Marcação dupla em todos os setores. Está pior plasticamente. Todos acham maravilhosa a Champions. Por quê? Todos os times são seleções. Quero ver trabalhar aqui, com o que tem no mercado, e fazer o time jogar... É diferente. Gostava de ver o Bayern de Munique, do Jupp Heynckes (em 2013). Fantástico, objetivo. Todo mundo fala do Barcelona. Não gosto de ver jogar. Vai para um lado, vai para o outro até fazer o gol. O meu futebol é mais vertical, mais objetivo, não abrindo mão da qualidade técnica. O futebol do Barcelona é plasticamente bonito. Mas descobriram como jogar contra eles, colocando todos atrás da linha da bola. Fica uma chatice.

Hoje, tem algum time que joga no estilo que você gosta?

Não sei te dizer. O Barcelona continua com o mesmo jeito de jogar. O Atlético de Madrid, do Simeone, é compacto, demonstra o nosso estilo. É time forte, tem qualidade técnica, contra-ataque rápido, tem muita sinergia com a torcida. Mas o Real Madrid, por exemplo, tem altos e baixos. Tem qualidade técnica, mas vive de momentos. O Barcelona tem vários craques e joga desse jeito, porque é a escola. Não é ruim. Mas vocês querem saber o meu gosto. Gosto é de futebol vertical.

E dos técnicos da atualidade?

Esses dias me perguntaram quem é melhor, Mourinho ou Guardiola? Se fizermos a comparação, Mourinho é superior. Mas, no momento, o Guardiola está na frente do Mourinho. São momentos diferentes. Guardiola saiu da base do Barcelona e, dali, assumiu o Barcelona, foi para o Bayern e, depois, para o City. Olha a trajetória do cara. Mourinho, não. Foi assistente técnico, treinou time pequeno, foi auxiliar no Porto, campeão da Champions no Porto... Passou por times ingleses, italianos, espanhóis. Se pegarmos o currículo de um e de outro, quem é o melhor? Mourinho. Então, não dá para fazer a comparação. No momento é Guardiola, porque está tendo oportunidade. Há pessoas que têm essa virtude de estar no momento certo, na hora certa.

Você não acha que Guardiola revolucionou o futebol?

Dizer que ele revolucionou o futebol é forte. Se prestarem atenção nas entrevistas, ele conta que foi aqui, foi ali e parou no Bielsa, "El Loco Bielsa". Vejam bem, em 2001, quando eu era treinador do Palmeiras, o Brasil estava se preparando para as Eliminatórias, sofrendo. Foram chamar um louco chamado Luiz Felipe Scolari para classificar. E desde lá, só teve uma coisa que mudou no futebol: Bielsa (então na Argentina). Ele colocou três zagueiros, três volantes e três atacantes. E vocês vêm me dizer que Guardiola revolucionou? Revolucionou o quê? Ele mesmo fala que chegou aqui, no ¿loco Bielsa¿ para aprender. Agora isso, da marcação alta, a gente já fazia desde 1997. O Guardiola é bom? Claro que é. Mas não que tenha mudado. Tem tantos outros que estão à frente dele.

O Brasil vai conseguir jogar com a mesma intensidade que esses times de Europa jogam?

Vocês já viram jogos na TV e no estádio? É bem diferente...

Mas tem diferença na intensidade?

Então, esse tipo de coisa tem que ter a distância. Claro que não podemos negar que a qualidade técnica é diferente. Nós somos fornecedores, eles são compradores. Já falei do tal de Guardiola. Agora, vou falar sobre a situação do Brasil. Em 2014, falei que, se perdêssemos a Copa, bateríamos no fundo do poço, e não deu outra. Mas não podemos esquecer que ainda somos os maiores formadores de mão de obra do mundo. Exemplo: mudou o treinador da Seleção. O Tite fez algumas mudanças, ganhou contra a Bolívia, tivemos demonstração de um futebol diferente. Vocês viram Itália x Espanha? Foi um jogo completamente comum. A Argentina, contra o Peru, não perdeu por detalhe. O futebol brasileiro é tão bom quanto. O problema é que as coisas não andam sozinhas. Ah, perdemos a Copa do Mundo, a culpa é do Felipão? É verdade, escolhas foram feitas erradas. Mas, antes disso, temos problemas sérios, sem formação de dirigentes. O cara sai da arquibancada, vira sócio, conselheiro e, depois, presidente do clube. Ele acompanhou categoria de base? Viu como é vestiário? Fardamento? Nunca. O problema é mais sério. Treinador tem culpa também. A imprensa também. Hoje temos uma coisa fantástica, que é a rede social. Cara larga qualquer m... e vira verdade. Então, a culpa é de todos nós.

O que você projeta na carreira?

Tem muita coisa ainda. Projeto Seleção, ser campeão mundial. Quero ser campeão da Libertadores de novo, ser campeão do Brasileirão. Minha carreira vai continuar com a mesma convicção que sempre tive e ainda vai longe.

Seus planos preveem sequência no Inter em 2017?

Ontem (quinta), na concentração, estava vendo Itália x Espanha. Aparece o treinador da Itália, o Giampiero Ventura. Estive em Turim para assumir o lugar dele no Torino. Eles não iam tirar o Ventura. Iam colocá-lo como um diretor esportivo. O Torino tem dono. Fomos lá, vimos o Torino, conversamos. Claro que trabalhar na Europa é bom. Mas a Europa está em uma crise fantástica. Os valores que estão pagando para os treinadores hoje estão complicados, tirando Alemanha, Inglaterra. Então, está complicado. Se eu tenho sonho de trabalhar na Europa? Claro que sim, todo mundo tem. Tenho sonho de trabalhar em seleção europeia, da Ásia ou da África? Claro que sim. Já surgiram convites. Mas os valores são baixos. O treinador está no mundo, é um circense. Hoje mora aqui, amanhã mora ali.

Sempre tem a brincadeira de treinar Inter e Grêmio. Você virou um personagem do Rio Grande do Sul.

Eu vejo a brincadeira pelo lado pejorativo, não sou aberto a ela.

Mas será que não é mais no sentido de segurança, de ser um técnico que resolve os problemas?

São interpretações. Mas vejo com uma certa maldade. Nunca trabalhei para isso. O que eu vejo por trás é que existe um porquê. Por que sou tão bem-visto no Grêmio e tão bem-visto no Inter? As pessoas não conseguem entender isso. Pode ser interpretada de um jeito sem maldade e da maneira pejorativa. Eu tenho a felicidade de me dar muito bem com os dirigentes dos clubes. No Grêmio, foram sete passagens. Com a preparação física, são oito. A primeira foi em 1998. Depois, 1999, 2000, 2008 e por aí vai. Peguei de uma estatística da imprensa. Eu nunca contei. No Inter, é a quarta. Se colocar a base, essa é a quinta. Acho fantástico. Naquele negócio de ¿Coisas que Porto Alegre fala¿, estou lá. É um orgulho.

Tem seu fake também.

Esse cara já chegou a 50 mil seguidores? Já? Então vou começar a processar (risos). Já ficou famoso, deu, né? Encontrei ele esses tempos. Mas é um gurizão legal. Eu não vejo, não leio. Mas dizem que são coisas interessantes.

O Celso Roth real não existe?

Nem faço questão de entrar. Essas coisas precisam ser usadas com cuidado.

Em relação ao seu início, em 1997, você é outra pessoa?

Chegamos a um patamar da vida, em um grau de maturidade, que mudamos. O que eu já não passei na minha carreira? Até as coisas mais fáceis são mais difíceis para mim, em termos de carreira. Como pegar um time já estabilizado, que eu possa chegar e dizer: ¿joga tu, joga tu...¿. Vamos amadurecendo, financeiramente, socialmente, Tenho outros negócios, não vivo só do futebol. É o meu carro-chefe. Consigo ter uma vida social. Não sou de sair, mas consigo tomar meu bom vinho, meu uísque. As pessoas têm curiosidade para conversar comigo.

 

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